domingo, agosto 12

A Menina

Era um dia com outro qualquer e estava eu com a mesma rotina de sempre, sem nenhuma novidade, até que avistei aquela menina que conhecia de Bom dia e tchau. As poucas vezes que a via, era tudo muito rápido, sem tempo de muitas conversas. No entanto nesse dia, não sei se acaso ou destino me aproximei e disse um oi...para minha admiração, ela esboçou um belo e singelo sorriso,fiquei deslumbrado ao pensar na sua pureza e senti que continha tanta beleza quanto o mar visto de um pedra alta. Dei por mim tropeçando no meu próprio eu enquanto me enternecia com aquele sorriso de intensa energia,retribui outro sorriso.Conversamos e de repente parecia que nos conhecíamos a anos,e eu me fazia uma pergunta - por que demorei tanto pra dizer esse Oi?Continuamos a conversar e de repente o tempo se fechou, e o frio aqueceu, pois junto ao vento resolvi abraçá-la, assim transformamos aquele frio em um momento em que pude sentir como era bom abraça-lá... um dos melhores abraços que já me permitir dá.
Continuamos abraçados, aquecidos naquele vento cortante, conversamos até a hora de ir embora. Depois desse dia as conversas cresceram, entretanto, hoje infelizmente vejo que aquele abraço foi se perdendo no tempo, e que aquele momento, aquele pedaço de estrada dela no meu caminho, poderá se perder no velho e incompreendido esquecimento, mas não no da minha memória.
Por:Isac Flores

Sonhos

Sonhamos em nos tornar melhoresVer a vida acontecendo de forma mais surpreendentePor ora, estes sonhos transcendem para a realidadeA vida nos prepara surpresasCabe a nós valorizá-las, de forma que não nos escape nenhuma

E assim tecendo a nossa teia de sonhospercebemos que a vida colocaFrações deles diante dos nossos olhosNos perguntamos o por que de não ter acontecido estes sonhos antes, já que alguns deles são tão bons,Nos custa acreditar que demoramos tanto pra reconhecê-los

Mas os sonhos, não são sentimentos moldáveis,Se o fossem eu talvez os “colocaria num navio, e o navio em cima do mar”Mas o tempo não volta, só traz consigoCores, lembranças, marcas....E eu me pego perdido na solidão dos pensamentosAcordo de um sonhoE penso em como foi bom ter te encontrado na minha vida.
Por:Isac Flores

João e Maria, João sem Maria

Maria andava displicente contornando a floresta, torcendo para que aquela chuva cessasse, na verdade o que mais havia naquela manhã clara era sol, mas ela precisava espairecer sobre a tempestade sonhada na noite anterior, tinha certeza, que já tinha avistado a cena do sonho em algum lugar, já tivera deja vu outra vezes, mas era a primeira vez em que a paisagem do sonho saltava pra realidade. E lá fora ela a procura do lugar, da cabana no qual se refugiara da tempestade surreal com seu alguém a quem decidira dar o codnome de João, não havia nome melhor já que espalhava aquelas migalhas na floresta a fim de não se perder.João andava exatamente na orla da floresta, sentido oposto, já tinha estado ali mais vezes, mas nunca sozinho, nunca a procura de algo que não tinha certeza se existia, mas se perguntava se a cabana do sonho teria sido a mesma que avistara semanas atrás quando acampava na floresta com alguns amigos, estava indo no sentido do coração da floresta, quando resolveu espalhar alguns pedaços de pão, não podia se dar ao luxo de se perder, e nada mais justo que fazer como na história infantil, no fim ele desejava que os passarinhos comessem as migalhas, pois se encontrasse a cabana, teria certeza, não se preocuparia em achar a caminho de volta, não se ela estivesse com ele, ele lembrava que ela havia dito o nome, nome engraçado aquele pensou, combinava com João, mas ele se esqueceu de dizer seu nome pra ela, de que importava também? Será que ela estaria a sua procura? Será que se lembraria quando acordasse? Será que teria sido somente um sonho, loucura? Ou será que aconteceria o que ele queria ver?Deram voltas e mais voltas, sempre em sentidos opostos, ela já amava ele, ele já amava ela, ela e ele, se completaram naquele sonho inocente e infantil, desejavam se encontrar, ela espalhavas migalhas e ele também...e as migalhas dela cruzaram com as migalhas dele, mas descartou a possibilidade de serem de outra pessoa as migalhas, com certeza, pensou ela, já devia ter passado por ali. E rodaram a tarde inteira, até que se cansaram, cansaram do amor não desfrutado ainda, cansaram de procurar e não encontrar, desacreditaram no sonho e no amor, acharam que dar vazão a um sonho é se entregar a loucura e acharam que a loucura não valia a pena, nem João nem Maria acharam a cabana, embora eles já tivessem a visto em outras ocasiões, talvez quando o amor brotava dos seus corações, talvez quando acreditavam em eternidade, esqueceram que as coisas acontecem a seu tempo, e saíram da floresta um pra cada lado, voltaram a sua vida normal, e nunca mais sonharam.
Por:Gracy Bittencourt

sábado, julho 7

A lua

Eram quase 6 da tarde, estava eu ali de carro naquela estrada que parecia não chegar a lugar algum, até q tive a simples idéia de olhar para o lado e dai pude contemplar uma bela lua cheia, que parecia estar ali para deixar menos monótona aquela viagem. Comecei a admirá-la e percebi que não era uma simples Lua, ela me fazia lembrar algo, mais precisamente alguém. Olhava pra ela e a busca aumentava ainda mais, até que comecei a ver que aquela Lua trazia algo de bom pra mim, me passava uma sensação de tanta paz, que com ela ali passaria horas e mais horas e o tempo não passaria tão depressa. Pensei e cheguei a conclusão que aquela lua era simplesmente a presença de alguém que me faz tão bem, que esteja onde estiver vai sempre estar do meu lado , em pensamentos ou simplesmente pela Lua.Por Isac Flores

segunda-feira, julho 2

Através da minha janela...

Há algum tempo eu podia ouvir do meu quarto um barulho que me desconcentrava das leituras. Gritos e gargalhadas, muitas gargalhadas, eu ia até a janela e via crianças correndo, jogando bola, pulando amarelinha, sorrindo... Nossa! Bons tempos aqueles em que eu me distraia por horas observando aquelas cenas.
Mas a cidade cresceu e minha rua já não é a mesma de outrora. Hoje outro barulho me chama atenção, não são mais os gritos e risadas das crianças, mas o ensurdecedor barulho das buzinas e motores.
Quando olho através da janela, nõa encontro mais aquela alegria pueril e singela. Agora semblantes indiferentes passam e desaparecem na multidão. O desenvolvimento e a urbanização trouxeram o "progresso" , a "ordem" e tiraram das nossas crianças o direito de brincar livremente nas ruas, pois estas já não são mais espaços seguros para brincadeiras infantis.
Na verdade as únicas crianças que posso observar daqui, são aquelas ali na sinaleira, elas não estão brincando de bola ou boneca e sim de "ser gente grande".


Por: Gracianny Bittencourt